domingo, 3 de outubro de 2010

Sorry.

Dominó. Se uma peça tomba, o todo falha. A tua peça tombou. O meu jogo não é mais o mesmo. Gostava de saber que ainda aí estás, ansiosa por vencer comigo. Penso em nós como duas metades do mesmo sistema. Eu falhei. Sê complacente. Perdoa-me. Mantém-nos vivas.

1 comentário:

1311891141 disse...

Um dia sentei te ao meu colo.
- " Tens a pele fria" disse-te.

Não te vi no rosto qualquer reacção, não inclinaste o olhar para mim.
Hoje penso, que nem sequer me ouviste. Continuaste sentada a olhar para os rodopios de gente que vias passar. Gritavas, rias emitindo toda a tua histeria, para a frente do teu tronco. E eu? Eu continuava nas tuas costas, a envolver-te o ventre com os braços.

O tempo, aquele tempo foi passando e fui me cansando. Assim encostei o rosto nas tuas costas. Decidi fechar os olhos e fugir de ti, deixando apenas ali o meu corpo a proteger-te. Na verdade acho que fui em tua procura, para longe daquele quadro, seguramente.

Depois dos passos se cansarem, de beijar o chão que o meu corpo tanto queria galgar, lá te encontrei. Encontrei-te sentada ao colo da minha pele sem te perceberes que essa ficava aos poucos cálcica.
Passei em frente a ti, tu sorriste sem reflectir. Atirei um papel enrugado para o chão e mergulhei na confusão para longe.

Levantaste-te deixando ali os meus braços mortos a mercê da gravidade. Pegaste no papel e leste em voz alta: "Procura-me".
Olhaste para mim com ar assustado, já em mim. Apeteceu-me chorar quando percebi que nunca me terias ido procurar.

O papel desfez se em pó e caminhamos à frente das suas cinzas, empurradas pelo vento e fomos ensinar o mundo a rir...a rir.

Historia de um diário esboçado.