Por vezes fazemos de alguém o centro da nossa vida, o depósito das nossas esperanças e expectativas futuras. É uma atitude irreflectida e irracional, dado que devíamos ser nós a estar na sala de comandos da nossa existência, não a tornando medíocre, ao ponto de atrelá-la a alguém. Mas fazêmo-lo inevitavelmente, na ilusão de que mais importante do que os nossos sonhos e ideais é essa pessoa. Acredito que um dia haverá alguém que mereça realmente conhecê-los e partilhá-los, até mesmo sorrir connosco quando os atingimos. Mas a maior parte das vezes, essas pessoas que fazemos questão de colocar no centro do nosso mundo, apenas conseguem fazer com que nos esqueçamos do que éramos, defendíamos, dizíamos e fazíamos. Acabamos por nos esquecer de nós com a ideia de tentar agradar? De não desiludir? Preocupamo-nos tanto com eles, com os seus problemas, com o atingir dos seus objectivos, com o escrever das suas histórias, com o que pensam de nós, que acabamos por, inadvertidamente, suavizar a nossa existência, tornando-a menos nossa? Tornando-a mais uma. Terão esse direito? Será que merecem essa importância? Apagamos a nossa identidade até ao dia em que não fazemos mais parte da mesma página do livro de histórias. E depois disso, teremos força para voltar a acreditar na tinta que ainda resta e escrever um novo romance?
terça-feira, 11 de maio de 2010
domingo, 9 de maio de 2010
There's always a difference.
Um dia vais olhar-me como te olhei há uns anos atrás. O orgulho que vais ter de mim transbordará numa lágrima de saudade, como o que eu tinha de ti transbordava em sorrisos. Nesse dia, já me faltou o teu carinho. Nesse dia, já me faltaram as tuas palavras. Nesse dia já me faltou o teu abraço. Quando esse dia chegar e eu acredito que virá, vais sentir na tua dor, a minha dor, a dor que tive uns anos antes. A diferença entre nós, é que nunca vou deixar que isso te afecte de uma maneira irreversível como a mim afectou. Prometo.
quinta-feira, 22 de abril de 2010
It isn't Death, It's Dying.
''Não evoca o inevitável, nem a morte, mas o morrer. Frente a frente com a memória, falha. Falta. Contudo... é o tempo. Não se move, permanece ali.''
segunda-feira, 19 de abril de 2010
Probably.
Chegamos a um certo ponto na vida, em que ela deixa de ter esse nome. Deixa de ter sentido, deixa de ter a mínima importância. Não há mais nada que surpreenda, algo de novo e fascinante, simplesmente não há, cai-se numa rotina, monotonia que amargurará a alma. Podem existir momentos em que sentimos aquela esperança, vivacidade e sede de aproveitar todos os segundos, mas na verdade para quê viver tudo isso se mais tarde ou mais cedo chegaremos a um ponto em que tudo se desvanecerá, em que a decadência dará nome aos nossos dias, em que o brilho do sol deixará de atingir toda a superfície do nosso rosto, marcado por rugas e cicatrizes que os anos fizeram questão de deixar. Não será melhor morrer quando estamos no auge da nossa existência, prevenindo assim que nos deparemos com o pior de nós próprios?
sexta-feira, 16 de abril de 2010
quinta-feira, 1 de abril de 2010
Flow River Flow.
The river flows
It flows to the sea
Wherever that river goes
That's where I want to be
Flow river flow
Let your waters wash down
Take me from this road
To some other town.
Byrds, Ballad of Easy Rider
segunda-feira, 15 de março de 2010
Fail.
Hoje sinto que falhei. Sinto que não atingi aquilo a que me propus e deitei fora qualquer oportunidade de algum dia atingir. Por muito que digam para nunca desistir, acho que é altura de fechar os olhos, reflectir e assimilar que talvez não posso ter tudo o que quero. Hora de definir novas metas, uma vez mais.
domingo, 14 de março de 2010
Uuh.
Tenho medo, mesmo muito. Não sei de quê e muito menos o porquê, só sei que me sinto assim, com vontade de deixar tudo o que tenho e ser livre. Quebrar laços, largar lembranças, mergulhar num mundo meu e não deixar que mais ninguém mergulhe, até eu ter certezas que não vou magoar, despedaçar ou destruir essas pessoas, com as minhas manias, dúvidas e indecisões. Para mim, tudo tem um prazo, e rejo-me por essa mesma validade, em tudo o que faço, poucas são as vezes em que faço planos a longo prazo, que imagino um projecto concluído, ou que tenho a certeza que desta data a um ano, estarei com ele, ela, contigo, ou com vocês. Pode ser uma má opção, mas na minha cabeça, assim, na hora do adeus, será menos difícil, menos doloroso. Só não quero sofrer, e com esta paranóia de fugir ao sofrimento, acabo sempre, sempre, por magoar-me ainda mais.
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010
I Need To Do It.
"Ou me perco aqui ou fujo daqui. Por uns tempos, preciso de recuar, preciso de ir ver outros caminhos. Preciso de um campo aberto para as lágrimas, preciso da distância de um lugar secreto, de uma memória, se calhar da distância de uma oração. Preciso de me ir embora daqui."
terça-feira, 9 de fevereiro de 2010
Lose.
''Tenho medo de me perder.'', aliás tenho medo de perder no geral, de te perder, de os perder. E se não me voltar a encontrar? E se for definitivo? Serei eu capaz e aguentar com a dor e com o sofrimento que acarreta essa perda?
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010
Yes, I swear.

Era um dia tão frio de Inverno. E o destino teimou, para que fechasse a porta a tudo e a todos. Continuaram a tentar entrar pelas janelas, e eu sacudi-os, para bem longe. Agora vou mudar-me, estas paredes que se tornaram impenetráveis, vão começar a ruir, com a pressão que por aqui se faz sentir. E por isso vou mudar-me, para que os destroços só me atinjam a mim. Transportar o meu espaço, para outro lugar. Vou mudar-me e mudar-me.
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010
Ask the Moon.
Ontem olhei a Lua, e ela olhou para mim. Perguntei-lhe como fez ela para subir tão alto. Respondeu-me que ''apenas acreditou''. Às vezes basta isso.
sábado, 16 de janeiro de 2010
Friends leave.
Uma vida passa por infindáveis fases. Nessa mesma vida passam infindáveis faces. Faces essas que nos marcam, que vivem connosco o melhor e o pior. Não só passam, como permanecem por dias, meses, anos, décadas, algumas permanecem uma existência inteira. É estranho quando uma dessas faces nos deixa, sentimos um vazio, e quando volta, parece irreconhecível. Tu vieste, fizeste-me feliz, deixei-te ir, e agora já não voltas mais. Foi mais uma época, mais uma etapa. Agora só importa quem ainda cá está. Foste amigo, agora, apesar de boa, és apenas memória. E isso já não é pouco.
(Obrigada,por tudo.)
quinta-feira, 14 de janeiro de 2010
Searching where I belong.

Vou navegar num novo mar. Quero olhar as estrelas de um céu limpo todas as noites antes de fechar os olhos e dormir. Quero que a minha pele fique morena com o Sol radioso que iluminará os meus dias. Quero enfrentar as mais duras tempestades, e acordar no dia seguinte, com um sorriso nos lábios, por ter sobrevivido. E depois da viagem, quero atracar e saber que aquele sim, é o meu lugar. Pois bem, ergam a âncora, icem a vela. Vou partir, para sempre.
quarta-feira, 13 de janeiro de 2010
Seríamos? Seremos?
"Depois de nos tirarem o chão debaixo dos pés, seríamos capazes de pisar novamente terra firme?"
Jodi Picoult, ''Dezanove minutos''
sexta-feira, 1 de janeiro de 2010
quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
Bye, bye 2009.
365 dias passaram. Magoei e fui magoada, chorei, aprendi e ensinei, com toda a certeza, ri até me doer a barriga, brinquei até me cansar, gritei até deitar tudo para fora, cantei até que a voz me doesse, cresci tanto, passei pelos piores momentos de sempre, momentos pelos quais, não quero voltar a passar, mas foram esses momentos que construíram aquilo que sou hoje, muito mais forte, muito mais segura. Despeço-me deste ano, e levo dentro de mim, uma caixinha com todas estas memórias, tanto boas como más, porém, não irão passar disso, memórias, e não quero que estejam presentes nas minhas decisões daqui para a frente. Sinto que sou uma pessoa diferente do que fui, não melhor, não pior, mas diferente, e quero marcar essa diferença e realizar o que bem me apetecer no ano que se segue, sem pensar no passado. Começa um novo ano, dentro de horas, temos uma oportunidade de começar de novo também, vamos desperdiçá-la?
segunda-feira, 28 de dezembro de 2009
New.
"Tudo na vida tem o seu tempo, e o seu caminho, e o meu agora é outro: é novo, é desconhecido, é estranho. Mas é o meu, o que eu quero e o que tenho que viver."
Margarida Rebelo Pinto, ''Alma de Pássaro''
domingo, 27 de dezembro de 2009
quinta-feira, 24 de dezembro de 2009
sábado, 19 de dezembro de 2009
sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
Os comboios não sabem voar.
''Às vezes não sei o que hei-de fazer da vida, vejo os dias sucederem-se num comboio estúpido e sem estações conduzido por um maquinista louco, que não faz a mínima ideia onde acaba a linha e o pior é que nem quer saber. O comboio desliza sobre os carris cada vez mais depressa como se a qualquer instante perdesse a aderência e descarrilasse e então imagino as carruagens tombadas com as vísceras das minhas memórias espalhadas por todo o lado, a vida desmantelada naquilo que já foi uma existência rica e cheia e que agora não vale nada.
Ou então o comboio transforma-se num pássaro, crescem-lhe asas e cruza os céus com o peso das carruagens às costas que carregam o fardo das minhas memórias, as asas são enormes e desajeitadas e os comboios não sabem voar, o que vejo no céu é um monte de ferro e entulho com asas de chumbo à procura de uma nova dimensão, no derradeiro esforço de tentar, mais uma vez, outro caminho, outra saída para uma existência que perdeu o sentido e o lugar.'' (...)
Margarida Rebelo Pinto
quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
Be prepared.
O sonho comanda a vida. Mas a vida poucas vezes obedece ao seu 'comandante'. E é quando esta demonstra a sua rebeldia, que nós, iludidos com o perfeito mundo em que supostamente víviamos, somos obrigados a acordar. Abrir os olhos repentinamente. E ver que muitas vezes, enquanto sonhamos, fora da nossa almofada existem mil e um pesadelos que estão prontos a atormentar-nos. É aí que enfraquece a alma. É aí, sim. A magia termina. E é por isso que temos de ter noção que sim, realmente existe um mundo onde reina a paz, as casinhas são feitas de açúcar, e o mar não passa de chocolate derretido, no entanto, esse mundo não é palpável, existe apenas no nosso interior, não podemos desiludir-nos ao lamber uma parede e perceber que é cimento, ou ir á praia e ver que em vez de docinho é salgado. O que criámos, é nosso, é bom, faz sorrir. A realidade nem sempre é assim, só temos de aprender a lidar com isso.
terça-feira, 1 de dezembro de 2009
domingo, 29 de novembro de 2009
Fight.
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
Plim.
Custa muito perder alguém que se ama. Custa ainda mais quando sabemos que a culpa é nossa e que não fizemos nada para mudar. Mas não podemos magoar alguém só porque sim. Não podemos ser egoístas ao ponto de não deixarmos essas pessoas procurarem a sua felicidade. Por vezes é melhor assim, deixá-las ir. O coração, chora, berra, e grita connosco, pergunta-nos o porquê do nosso orgulho ser mais forte que o que ele diz. A ideia de que podemos rebaixar-nos perante alguém e pedir desculpa pelos erros cometidos é mortífera para o ego. Fui orgulhosa. E não me orgulho disso. Agora, sem nada a fazer, fecho os olhos e repito incessantemente ''às vezes é melhor assim''. Espero que seja mesmo.
quinta-feira, 12 de novembro de 2009
I Quit.
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
Everyday.

Todos os dias, histórias acabam, histórias começam, vidas desabam enquanto outras renascem. É este o ciclo da humanidade. Fomos felizes, com toda a certeza, em algum momento. E pelo menos por um instante na nossa existência, tivemos vontade de verter a mais dolorosa lágrima. Mas não é por isso que somos mais ou menos fracos. A grandiosidade de cada ser, está sem dúvida, em aprender com cada lição, cada adversidade, cada vitória, cada obstáculo e cada ribalta. À medida que o tempo passa, somos mais, somos maiores, com cada contratempo e resolução do mesmo tornamo-nos diferentes e mais capazes. É por isso, que mesmo quando tudo parece perdido, ainda existem as amarras que nos ligam ao que fomos, e é a elas que nos podemos e devemos agarrar, elas levam-nos ao melhor que tivemos e queremos resgatar, às memórias felizes de outros tempos, à ânsia de cumprir os sonhos que ficaram debaixo das pedras do caminho que percorremos, como que esquecidos. E é aí, quando nos apercebemos de tudo isto, que numa noite escura, sussurramos ao vento, ''Traz-me de volta, a mim, e às estrelas que a minha noite foi perdendo.''
domingo, 11 de outubro de 2009
Emptiness.

Sinto um vazio imenso, um mar de receios que inundou a pessoa que fui, conseguindo por fim, afogá-la. E é nesse mar, que o meu corpo ainda flutua, em busca de uma segunda oportunidade. Será que vem? Será que não? Resta esperar. Ou ressuscito com um intensamente desejado novo fulgor, ou aguardo pela decomposição total da réstia de 'eu', que sei ainda estar refundida, nos subúrbios de mim.
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